Estaria mentindo se dissesse que
nunca imaginei como seria ou como será a minha vida daqui a alguns anos. Na última semana e na atual, algumas coisas me chamaram a
atenção para a maneira como, não só eu, mas as pessoas no geral têm vivido suas
vidas.
A primeira delas foi quando, enquanto
assistia a um filme numa aula de Jornalismo e Literatura da faculdade, me
deparei com uma personagem engraçada. Negra, magra, bonita, usava roupas bem
curtas e tinha uma atitude forte no olhar. Ela questionava o porquê ou como, as
pessoas conseguiam passar o dia inteiro nas ruas e não olhar para o céu. Não
reparar na beleza que ele, sozinho, pode proporcionar. Além disso, ela falava o
quão importante é se amar. Amar o que você é e como você é antes de tudo e
todos.
A
segunda foi hoje. Encontrei uma movimentação diferente na internet. Inúmeras
pessoas, incluindo amigos, compartilhando um texto que trazia 25 coisas para se
fazer antes dos 25 anos. Eu, particularmente, li a lista com um aperto no
coração absurdo. O fato é que, já tenho quase 20 e pouquíssimas das coisas que
havia lá eu já fiz ou tenho pretensão de conseguir fazer. Minhas desilusões a
parte, analisei as coisas que li e percebi que muitas delas são uma pura e
simples questão de desligar o dublê que há dentro de você e “se ligar”.
Tornar-se o protagonista.
Não diz
respeito ao fato de ter ou não feito 25 anos. Vejo pessoas todos os dias,
vivendo suas vidas, completamente desconectadas de si mesmas. Totalmente
alheias ao restante do mundo. Sinceramente, isso me entristece, porque como eu
disse, não significa ter ou não certa idade, significa: quando você vai decidir
viver? (No sentido amplo da palavra).
Daqui
três, cinco, dez anos, eu não sei o que eu imagino. No momento eu só posso
contar o que desejo, e desejo mesmo que os meus planos deem certo. Desejo que
os números que joguei na semana passada saiam na loteria. Desejo infinitamente
que aquele cara que eu beijei dois dias atrás na balada possa ser o homem da
minha vida, ou não. As coisas que quero fazer também são incontáveis, quero
sim, como na lista, parar de me odiar e odiar o que encontro no espelho todos
os dias pela manhã. Quero conseguir manter a capacidade que desenvolvi de
expressar os meus sentimentos. Quero as pessoas que amo, amigos, colegas, e até
os desconhecidos que sorriem para mim na rua ou na festa da faculdade, estejam
presentes no meu futuro.
Mas,
antes de tudo isso quero que o amanhã chegue, e que eu tenha a oportunidade de
me dizer: “hoje vou me permitir viver mais um dia”. Gosto dessas promessas de
segundas que nunca se cumprem, mas sempre estão lá. (Sabe? Tipo aquelas: amanhã
vou começar uma dieta rigorosa, e no final não dura nem três dias). Gosto de
ainda ter um, dois, ou três, ou vários itens da lista para checar; assim a vida
se torna mais longa, mais prazerosa, mais gostosa. E que se danem os vinte e
cinco anos… eu vou ter quinze para sempre!
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