Vem cá, deixa eu abraçar suas costas nuas, ouvir o seu coração e conectar o meu nele só pra sentir que alguma coisa ainda bate viva aqui dentro. Deixa eu sentir seu cheiro, beijar sua pele, te apertar contra mim como se a gente fosse se fundir num só. Deixa eu acordar deitada sob o teu peito e perdida no seu braço que sempre ficava dormente quando eu insistia que tinha medo. E não faz assim. Deixa eu chorar baixinho, encolhida num canto do sofá só para você usar essa sua habilidade de me fazer sorrir e mudar de assunto como se pudesse afogar todos meus problemas e as minhas cólicas. Deixa o dia passar, o vento leve tocar os nossos cabelos e trazer aquela sensação gostosa de que o tempo ao seu lado não passa. Deixa eu chegar na sua frente, abrir a porta da casa que podia ser a nossa, e não. Não me olha desse jeito, que me desarma, me sufoca. Não grita assim, não chora. Porque eu sei que você chora quando a gente apaga a luz do meu quarto. Não dá dois passos, não passa a porta,
Uso as palavras para compor meus silêncios.