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Mostrando postagens de novembro, 2011

Retórica do desespero

Você me segurou pela mão e apertou de leve, fazendo um arrepio tímido subir pela minha nuca. Passou meu braço ao redor da sua cintura e no instante seguinte já me sentia viciada pelo cheiro dos seus cabelos escuros e bem mais curtos do que eram quando te conheci. Sua pele branca era macia como eu sempre imaginei que fosse, porém ainda mais. E os seus lábios rosados insistiam em sempre aproximar-se demais do meu rosto causando um verdadeiro redemoinho no meu peito, onde certezas e incertezas misturavam-se homogeneamente. Em qual parte dos meus sonhos você tinha se perdido mesmo? Uma sensação esquisita. Era basicamente o que sentia. Como se os meus pés não estivessem tocando o chão e eu tivesse perdido todas as  armas, aquelas que criei para me proteger de você e que simplesmente deixaram de existir quando sua voz ecoou dentro de mim, e a ouvi dizer baixinho "calma, é só um abraço". O meu corpo tremia e a cabeça girava tão rápido que tive a impressão de que perderi