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Mostrando postagens de 2017

Ansiedade, pela última vez

I got a fear, oh in my blood She was carried up into the clouds, high above If you’re there I bleed the same If you’re scared I’m on my way If you runaway, come back home Just come home Não, você nunca me viu falando sobre ansiedade publicamente, nem mesmo escrevendo sobre ela (ou só não estava atento o suficiente). Apesar disso, esta será definitivamente a última vez.  Você pode não ter percebido; passou pela sua mente mas, ao mesmo tempo, foi tão rápido que nem merecia atenção. Mas eu tenho certeza que se perguntou por qual motivo não aceitei o convite para tomar uma cerveja. E estranhou quando, não mais do que do nada, o meu humor mudou da água para o vinho e o clima simplesmente se transformou em algo indigesto. Eu também percebi o seu incômodo quando perguntei várias vezes coisas que, para você, talvez fossem óbvias e em alguns momentos até chatas. Hoje, na verdade, eu deveria estar fazendo outra coisa. Algo que precisa da minha atenção, algo que preciso finalizar. Mas,

Minha morada

Cause you make the darkness less dark You make the edges less sharp You make the winter feel warmer You make my weakness less weak You make the bottom less deep You make the waiting feel shorter You make my crazy feel normal, every time You are the who, love is the what, this is the why O cheiro doce do dia amanhecendo é o primeiro som capaz de nos fazer despertar. As mãos magras e firmes dela estão esticadas sob o travesseiro. Seus olhos estão fechados mas sei que já está acordada. A respiração mudou, é como se ela tentasse enxergar enquanto fareja sob a cama. Seu corpo se move em minha direção e eu, por mais alguns instantes, me mantenho inerte. Aos poucos, a resistência me desabita e de repente estou aninhada em seus braços. Estou meio de lado e minha camisola está enrolada até o meio das coxas. A alça do braço esquerdo está caída e mesmo sem olhar, sei que sabe de todos esses detalhes.  Os lábios dela são macios e têm um gosto de fruta da estação, fresco e doce. Sorrio ao sentir

Aquilo que nos une

Por Larissa Mattos, há 5 anos; para mim. Não sei dizer de onde surgiu vício de rotular emoções em verbetes e jogá-los sobre uma folha de papel. Arriscando um momento de tristeza, de incompreensão ou de loucura, muito provavelmente eu não estaria errada. Mas não é para discutir o 'como' que estou aqui, às onze da noite, te escrevendo. É para discutir os porquê's. E, sendo assim, ouso afirmar: a escrita não surgiu em nossas vidas por acaso.   Escrever, mais que uma forma de terapia ou um hobbie, é um dom. Conheci pessoas que sofriam horas diante da caneta e do papel, sem conseguir exprimir meio parágrafo sequer. Pessoas cujo talento para expressão talvez estivesse na oratória, no desenho, no cinema, ou em qualquer outra forma de arte, mas certamente não na escrita. E não porque não escrevessem adequadamente - de maneira nenhuma! Qualquer um pode muito bem deitar numa folha as palavras que não ousa dizer em voz alta. Refiro-me, contudo, à forma como o fazem que,

Isabelle, isa, belle

E eu que achei que a vida não seria capaz de me surpreender. Que falta de fé a minha. Logo eu, que movo tudo ao meu redor só por acreditar nas coisas, nas pessoas, nas causas, na vida, no dia seguinte. Aprendi com ela a explicar tudo usando a música como base. E se a dúvida é se aprendi algo sobre o assunto, a resposta é não. Continuo leiga e gosto de ser, pois quando ela fala da música, o mundo todo faz silêncio para ouvir.  Na música que a vida é, ela me tirou para dançar, e que orgulho, que honra. Logo eu, que nesse ritmo mal sei o que significa “dois pra lá e dois pra cá”. Ainda assim medrosa, ainda assim tímida, lá fui eu. E não é que não faz medo dançar com ela? Pisada no pé está inclusa, mas que graça teria se fossemos profissionais, né não?  Isabelle, isa, belle. Que bela hein? Que coração lindo, que mulher maravilhosa, que pessoa única você é. De tal gentileza, simplicidade, bondade e determinação. Ih, determinação. Quando ela coloca uma coisa na cabeça, esqueça.