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Mostrando postagens de julho, 2013

I Will Burn You

Em chamas flamejantes, eu queria ver você. Como um pedaço de papel que vai sendo consumido, devorado e engolido pelo calor do fogo. Sonho em testemunhar o seu fim; o dia em que você deixará de ser um fantasma e vai pular de vez para a minha realidade ou desaparecer de uma vez por todas. Vai! Sai logo de cima dessa corda bamba que sempre tende a me marcar ou me deixar doente por você. Pula pra cá ou fica aí mesmo , não se envolve e nem me envolve porque eu não quero e não tenho mais nada a ver. Não pode ser tão horrível querer ver seus olhos brilhando diante da única coisa que consegue ser mais intensa que você mesmo. Deixa eu me livrar das suas palavras, desse seu amor barato, engarrafado e perfeito. Eu vou queimar você. Nem que seja a última coisa que eu faça, eu vou queimar você. Suas fotos, suas ligações, seus sorrisos, o seu cheiro, a sua voz, nossos desenhos. O quadro, os livros, as cartas, as flores. Eu vou quebrar tudo. Suas doses de felicidade, nossas lembranças, o vaso

Medo Do Escuro

No dia que você resolveu ir embora, eu não sabia. Acho até, que nem você sabia. Naquele dia eu não teria deixado você sair de casa, não teria evitado te ligar ou te mandar mensagens por toda a manhã só para saber se estava tudo bem. Se eu soubesse, eu teria dito logo tantas coisas. Teria dito para não esquecer a toalha molhada em cima da cama, teria dito para lavar a louça de ontem à noite, dito para levar um casaco de frio, mesmo sabendo que estava muito calor lá fora e teria dito de uma vez por todas que amava você. Não guardaria dentro de mim essa culpa velada que me sufoca agora a todo instante, como uma tosse seca. Naquele dia você tinha acordado atrasado, e eu até estranhei porque se tinha algo que eu admirava em você, era essa sua organização, essa pontualidade com tudo, inclusive comigo. Engraçado né? Quando o sol nasceu você não despertou, e por não dormirmos no mesmo quarto, também acabei deixando a hora passar. Tomou café correndo e nem lembro se penteou o cabe

Vou Precisar

Eu estava caminhando por aquele corredor frio do qual eu nunca gostei e acho que nunca vou gostar. Nele, as pessoas nem se quer se entreolhavam, estavam tão mergulhadas e imersas em seus próprios problemas que, era difícil notar que existia vida naquele lugar. Que ironia. Se bem que, o que poderia se esperar de um corredor de hospital, se não tristeza? A ironia vinha da felicidade de alguns em receber a vida, na forma de um bebê ou de uma cura. Você já deve imaginar que este não era o meu caso. E provavelmente não era o caso também dos três ou cinco que eu vi arrastando os pés por aquele chão diária e incansavelmente branco e limpo.  Esfreguei a ponta dos dedos entre os seios e respirei lentamente para ver se doía um pouco menos. Mas não adiantou. Dei mais alguns passos e abri a porta do quarto onde dormia há 2 dias. Você não estava lá. Provavelmente conversava com algum médico naquela imensidão mórbida. Suspirei e fechei a porta. Sentei por alguns instantes na cama e toqu