Um dia, sete horas, vinte e três minutos e quarenta e dois segundos. É segunda feira. Aquelas típicas, com gosto amargo e céu cinzento. Cenário comum em uma cidade maluca como São Paulo. Eu preciso trabalhar, mas ainda falta muito tempo para sair de casa. Então eu sento na cama e começo a pensar aceleradamente em coisas que possam tomar o meu tempo até lá, já que sei que se deitar agora não me trará o sono de novo e só vai tornar uma máquina de imagens suas em movimento. Então acho que é uma boa ideia começar uma faxina em meu quarto. Pés no chão gelado, luzes acesas, janelas abertas e a playlist de músicas de balada no último volume. Cinco dias, doze horas, trinta e seis minutos e dois segundos. Todos estão animados dentro do ônibus. Seus semblantes denunciam que hoje provavelmente é o melhor dia da semana para todo mundo: hoje é sexta feira. Meu estômago está doendo. Sinto como se meu corpo fosse uma folha de papel dentro daquela máquina de chacoalhar. Tento me manter em p
Uso as palavras para compor meus silêncios.