Tenho tentado obstinadamente fugir de você. Durante muito tempo procurei saídas e alternativas para me manter afastado. E só de pensar na possibilidade de cruzar - por qualquer razão - contigo em qualquer esquina do meu peito, minha pele se arrepiava toda e meu estômago virava uma trouxinha de panos pronta para sair pela minha boca. Você tá negando agora, mas eu sei muito bem que anda me perseguindo, sim. Não começa a balançar a cabeça e dizer que não porque fica feio mentir agora. Eu te vi lá. Enquanto eu lia aquele livro, naquela festa encostada no fumódromo. Até me espiando no banheiro! Que absurdo! E sem falar naquele restaurante que eu adoro. No parque, cinema, museu, sorveteria, você não mediu esforços hein? Às vezes eu achava que você ia surgir de alguma moita qualquer e me agarrar e me engolir sem mastigar, de tão perto que eu te sentia de mim. Mas eu apertava o passo e atrasava mais um pouco o nosso reencontro. É, reencontro. Pensa que eu não lembro? Você taí f
Uso as palavras para compor meus silêncios.