Lá fora o céu está estranho. Nos últimos dias ele esteve. Estranho para mim apenas. Tenho a impressão de que tem acompanhado os meus humores. Neste momento ele está cinza claro e uma brisa fria toca minha pele através da janela fechada. Quis vir antes, os dedos e devaneios pediram muito, mas como sempre por algum motivo não obedeci. Eis que me rendi ao tempo vago e cá estou em busca de organizar as coisas que flutuam diante dos meus olhos aflitos. Você está longe. E eu posso te sentir saindo de mim, finalmente. Dói... mas só quando lembro que um dia doeu ainda mais. Nas últimas muitas semanas eu não pensei em ti, embora, confesso que, teria sido bem mais fácil. Acho que estou descobrindo as dores e delicias de sentir coisas tão diferentes em um espaço tão curto de tempo. Hoje vim falar dele. Falei com algumas pessoas a algum tempo e mesmo assim sinto uma necessidade quase que inexplicável de compor meus silêncios.
E agora? Muitas vezes me perguntei isso afim de encontrar uma saída para coisas ruins . Outro dia disse a uma amiga: "procuro razão naquilo que sinto e principalmente naquilo que penso". É engraçado, porque neste momento as dúvidas não são para fugir e sim para estar mais perto. De você, do seu sorriso, do seu cheiro... da sua voz. Como faço para você ver através de mim e perceber que quando está perto o mundo fala baixinho? Depois de tanto tempo sem saber como era olhar assim para uma pessoa eu me sinto uma recém-nascida tentando falar e andar. A todo momento me pego observando seus gestos e brincadeiras e ao mesmo tempo também me pego tentando encontrar um motivo para que o meu coração fique tão pequenino diante da sua presença. Não encontro. E não me agrada procurar. Não quero saber, não quero encontrar, quero deixar. Deixar-me. Deixar-me ir atrás daquilo que acredito, daquilo que me faz sorrir. As minhas vontades e medos se confundem quando seus olhos pousam em mim, e desajeitada eu tento prender sua atenção, lhe mostrar algo que pelo visto só eu percebo. Ainda não consigo definir o quão disto tudo é bom e o quão é ruim. Ou se existe mesmo algo bom ou ruim, ou se não existe nada. Fico sem saber. E prefiro.
Vou preferindo e descobrindo até quando o complexo não me parecer mais atraente. Até lá, fico de longe sorrindo quando você sorri e deixando que os céus falem por mim.
Muito bem escrito,.. muito você.
ResponderExcluirTe admiro por isso,... mesmo não sabendo vai escrevendo até conseguir expressar o que sente. E depois o resultado é assustadoramente envolvente.
Bruna, sua linda!
ResponderExcluirIsso é um sentimento pertinente em nós.
ResponderExcluirÉ complicado e fáci ao mesmo tempo em que é dual.
Escorpianos. u.ú'