Eu fechei os olhos e lá estava você, arrancando o meu libido com um simples passar de pés. Definitivamente, você não fazia o meu tipo mas era discutível o que estava acontecendo comigo naquela semana. Eu poderia basicamente ter chegado em você e ter dito: "Ei, posso fazer isto melhor". Sim eu poderia, se. Se você não fosse todas as pessoas.
Cabelos, lábios, cheiros tudo me deixava em transe. Tentava controlar todos os sinais que meu corpo imitia compulsivamente mas era inevitável desejar minhas unhas descompassando a sua respiração. Então eu levantei e sem saber exatamente quem guiava meus passos, me afastei do perfume da sua pele. A ponta dos dedos se confundiam dentro do bolso do meu jeans a procura de um cigarro e em seguida do isqueiro. Com os pensamentos a flor da pele me encostei numa mureta que fazia um pouco de sombra, livrando-me daquele sol quente que insistia em piorar a minha situação.
Tive a impressão de ter dado duas tragadas naquele pedaço de papel e toxinas e no segundo seguinte lá estava você com dois copos de St. Remy nas mãos me oferecendo um pouco menos de sanidade. Meus olhos se recusaram a encontrar os seus mas os lábios amigavéis sorriram e você retribuiu. Escoramos naquele muro e o copo não durou mais de três minutos, em compensação a sua voz dentro da minha mente parecia que não ia sair nunca mais. Durante toda conversa eu me mexia para lá e para cá como se procurasse um jeito mais confortável de sentar, mas na verdade estava simplesmente tirando minha atenção do tesão que você conseguia me provocar descaradamente. Será que você sabia disso? Pensava. Claro que sabia. Concluía.
Seu sorriso conseguiu rasgar toda e qualquer noção de perigo que ainda restava na parte sóbria de mim. Lhe estendi a mão e você repetiu o favor, levantamos e ficamos ali rindo feito idiotas de coisas mais idiotas ainda. Encostei nos tijolos para que a tontura que tomava conta do sangue não me derrubasse e talvez você tenha entendido errado, do jeito certo. O fato era que uma das suas mãos estava na altura do meu rosto e seus dedos tocavam o cimento que cobria os tijolos cinzas, enquanto a outra subia pela minha nuca por dentro do meu cabelo. Seu corpo estava chegando perto, perto demais para me deixar de olhos abertos. Ia dizer algo mas você foi mais ágil: "De repente me deu uma vontade de te beijar...", mordi seu lábio antes de suas palavras se concluírem e senti você pressionar minha pele, percebi sua respiração diferente e coloquei as duas mãos em sua cintura te trazendo mais perto. Levantei sua camiseta e apertei sua pele com a unhas com tanta vontade que você ofegou na minha boca e eu suspirei satisfazendo-me. Seu beijo demorou e me tirou do chão com a facilidade que uma pluma ganha voo.
Podia sem nenhum problema ficar ali o tempo que julgasse preciso até porque precisaria de vários minutos para matar aquela vontade de você. Os pensamentos se embaralhavam dentro da cabeça e se perdiam junto do efeito do álcool que predominava em meu sangue. Seus lábios agora em meu pescoço me permitiam uma respiração mais calma e controlada; as pernas tremiam, as vontades diziam, vem, vem... tremendo. Você parou e consegui te ouvir rindo baixo, você sussurou: "Olha pra mim..." e tive razão, tive medo. Eu tive medo por uma razão. Abri os olhos...
Todos estavam dançando naquela pequena saleta escura. O chão tinha o desenho de uma tábua de xadrez. No teto bolas que mudavam de cor conforme aquelas luzes interessantes passeavam. O som estava alto, alto demais para eu perceber que você não estava ali, alto demais para perceber que você era todas aquelas pessoas e que aquela música tinha o poder de segurar todas elas com uma mão só e tirar tudo e só o que eu queria delas, prazer, sorrisos e um pouco de insanidade. O DJ não sabia, mas tinha acabado de me dar uma passagem de ida para os rios que eu seguia, onde tudo era permitido mas nada era obrigatório.
♫ Lykke Li - I Follow Rivers
Seu sorriso conseguiu rasgar toda e qualquer noção de perigo que ainda restava na parte sóbria de mim. Lhe estendi a mão e você repetiu o favor, levantamos e ficamos ali rindo feito idiotas de coisas mais idiotas ainda. Encostei nos tijolos para que a tontura que tomava conta do sangue não me derrubasse e talvez você tenha entendido errado, do jeito certo. O fato era que uma das suas mãos estava na altura do meu rosto e seus dedos tocavam o cimento que cobria os tijolos cinzas, enquanto a outra subia pela minha nuca por dentro do meu cabelo. Seu corpo estava chegando perto, perto demais para me deixar de olhos abertos. Ia dizer algo mas você foi mais ágil: "De repente me deu uma vontade de te beijar...", mordi seu lábio antes de suas palavras se concluírem e senti você pressionar minha pele, percebi sua respiração diferente e coloquei as duas mãos em sua cintura te trazendo mais perto. Levantei sua camiseta e apertei sua pele com a unhas com tanta vontade que você ofegou na minha boca e eu suspirei satisfazendo-me. Seu beijo demorou e me tirou do chão com a facilidade que uma pluma ganha voo.
Podia sem nenhum problema ficar ali o tempo que julgasse preciso até porque precisaria de vários minutos para matar aquela vontade de você. Os pensamentos se embaralhavam dentro da cabeça e se perdiam junto do efeito do álcool que predominava em meu sangue. Seus lábios agora em meu pescoço me permitiam uma respiração mais calma e controlada; as pernas tremiam, as vontades diziam, vem, vem... tremendo. Você parou e consegui te ouvir rindo baixo, você sussurou: "Olha pra mim..." e tive razão, tive medo. Eu tive medo por uma razão. Abri os olhos...
Todos estavam dançando naquela pequena saleta escura. O chão tinha o desenho de uma tábua de xadrez. No teto bolas que mudavam de cor conforme aquelas luzes interessantes passeavam. O som estava alto, alto demais para eu perceber que você não estava ali, alto demais para perceber que você era todas aquelas pessoas e que aquela música tinha o poder de segurar todas elas com uma mão só e tirar tudo e só o que eu queria delas, prazer, sorrisos e um pouco de insanidade. O DJ não sabia, mas tinha acabado de me dar uma passagem de ida para os rios que eu seguia, onde tudo era permitido mas nada era obrigatório.
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