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Vai dar tempo?

So, before you go Was there something I could've said To make it all stop hurting? It kills me how your mind can make you feel so worthless Será que a gente vai ter tempo para fazer tudo o que acha que não tem tempo pra fazer hoje? Será que amanhã, ou depois, ou qualquer outro dia que vai se chamar "amanhã" de novo, a gente consegue finalmente começar aquela dieta? Frequentar a academia, pegar o carro pra dirigir? Juntar a grana para aquela viagem? Se organizar e ir morar sozinho? Sozinho, só você e você, com essas pendências e todas as outras mais que a sua memória fez questão de esquecer agora, afinal, é muita informação para um só HD. Será? Sei lá.  Eu sei lá o que é que eu quero hoje, mas eu quero tudo isso. Tudo isso que eu nem sei o que é, mas eu sei que vai dar trabalho, então é melhor querer agora, do que decidir querer depois e de repente perceber que eu nem queria mesmo. Acho que isso de "eu nem queria mesmo", é quase uma estratégia nossa, para quando
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Ela venceu

We were born sick You heard them say it My church offers no absolutions She tells me: Worship in the bedroom ♪ Saber como começou é um mistério. Pode ter sido naquela bronca desnecessária; no pedido de algum doce na rua; no olhar inocente para salgadinhos e guloseimas no supermercado, seguidos de um “nem pensar, mocinha”. Não tem como saber. A compulsão alimentar tem muitas formas de reivindicar seu espaço. Vem ardilosa, às vezes como um ato de “rebeldia”, às vezes sem motivo nenhum, só vem e preenche tudo, como um tsunami de magnitudes nunca vistas.  No caso dela não foi diferente. É quase cruel como crianças conseguem perceber suas privações e encarar isso como um ataque. Sorrateiro como uma cobra no mato, o sentimento de que algo não está certo é inevitável: por que nunca podia ter coisas gostosas na sua lancheira da escolar? Por que nunca podia comprar os lanches na cantina? Porque nunca podia tomar refrigerante aos finais de semana, como todo mundo? Ela não entendia.  Mesmo assim,

Se cuida, tá?

"Então tá bom, boa noite. Se cuida, tá?". Eu gosto das palavras por muitos motivos, alguns que provavelmente só fazem sentido para mim, e tudo bem. Um deles é o fato de caber tanta coisa dentro de uma única palavra. Já parou para pensar? E dentro de uma frase? Meu Deus! Cabe um universo inteiro e outro e outro, infinitas possibilidades. A gente é meio acomodado e acaba se contentando com o mais óbvio, o mais fácil, o que já está ali mastigado, é só engolir. Eu não. Tem uns dias que o mundo está quieto. Os sons já não são mais os mesmos, nem mesmo os assobios do vento, ou o cair das águas batendo nas pedras. A gente nunca teve que dizer tanto "se cuida, tá"? E ali dentro cabe a preocupação, cabe os medos, a vontade de estar perto, de fazer mais do que consegue fazer quando se está do outro lado da tela, porta, parede, mundo. Tem também muita esperança, uma certeza sem origem conhecida de que vai ficar tudo bem. E vai mesmo, mas a gente fala para tornar verdade. Nin

Me espera?

Os dias tem sido ensolarados, o vento é apenas uma brisa fresca que toca o rosto atrás das grades nas janelas. Há alguns dias eu estava me lembrando do cheiro que o mar tinha na última vez em que o ano virou. Eu gosto muito do mar, gosto do som, da textura da água, da temperatura e do gosto salgado que deixa na pele. Essa brisa que agora insiste em romper a regra do afastamento nada se compara àquela que sinto quando os meus olhos se fecham diante da imensidão oceânica.  O novo ano veio com as promessas clichês, os risos sem motivos, os planos inflamados e o coração cheio de vontade dela. Os beijos, o toque, as vezes em que fizemos amor, o calor, tudo isso foi transformado em gasolina e eu sou o carro. As lembranças me alimentam na tentativa ininterrupta de pensar em dias melhores.  Alguma coisa nos obrigou a apertar o botão pausar. Sinto como se todos estivéssemos sendo colocados em uma prova de resistência, onde as únicas pessoas que sobrevivem são aquelas com capacidade de ter e

Modéstia à parte II

Modéstia à parte II (minha pobre adaptação do seu maravilhoso texto) Por Isabelle Brown Você se deixou em mim. Cheia de medo de se perder, como quem não quer trilhar um caminho inseguro. Singular, como a flor de Drummond. Rompeu o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio. “Da-me comparação exata e poética para lhes dizer (...)” o que significa ter que desafiar o espaço-tempo para conseguir desfrutar da sua rara presença. Tão pouco tempo... como captar suas ideias de maneira plena? Nunca vou saber. Tal como a Teoria da Relatividade Restrita ignora os óbvios efeitos da gravidade, você desconsiderou o pior de mim. Todos os níveis de respeito e carinho adentrando as janelas de casa que agora iluminam mais uma pele, mais uma vida. Com a nova moradora a rotina da casa ficou diferente. As portas que antes permaneciam trancadas, não deixaram de existir, mas hoje permanecem sempre abertas para que ficar seja uma escolha e a voltar, uma agradável surpresa. Todos sabem quem você é, mas descrevê-la

Perdida Em Você

Ele quer me destruir, e u não sou ninguém Até a hora de acordar, a té mais além Como vês o amor vai carregar as coisas na hora que ele chegar Vai levar tudo que conseguir, chutando as paredes que eu construí ♪ Seus olhos estão marejando de novo. Enquanto toda a minha frustração e raiva são se embolando no momento de sair pela minha boca, seu rosto começa a se transformar: a boca trêmula, as bochechas perdem o quase sempre presente tom avermelhado do qual tanto gosto, as linhas de expressão vão se resumindo e uma homérica sensação de dor e angústia. Mal consigo respirar enquanto te fito, mas não paro de falar, falando, falando, até cansar, até não sobrar mais nada embaixo daquela sensível camada de pele.  As lágrimas lavaram sua pele e a deixaram com um sabor salgado desagradável. Meus lábios são a única entrada e saída de ar funcionando corretamente em mim. Sinto em minha garganta uma espécie de corrente. Algo que me lembra uma inflamação, uma febre intermitente, e me incapacita. Nes

Ansiedade, pela última vez

I got a fear, oh in my blood She was carried up into the clouds, high above If you’re there I bleed the same If you’re scared I’m on my way If you runaway, come back home Just come home Não, você nunca me viu falando sobre ansiedade publicamente, nem mesmo escrevendo sobre ela (ou só não estava atento o suficiente). Apesar disso, esta será definitivamente a última vez.  Você pode não ter percebido; passou pela sua mente mas, ao mesmo tempo, foi tão rápido que nem merecia atenção. Mas eu tenho certeza que se perguntou por qual motivo não aceitei o convite para tomar uma cerveja. E estranhou quando, não mais do que do nada, o meu humor mudou da água para o vinho e o clima simplesmente se transformou em algo indigesto. Eu também percebi o seu incômodo quando perguntei várias vezes coisas que, para você, talvez fossem óbvias e em alguns momentos até chatas. Hoje, na verdade, eu deveria estar fazendo outra coisa. Algo que precisa da minha atenção, algo que preciso finalizar. Mas,